CFP discute regulamentação após aumento de pessoas que usam inteligência artificial para desabafar e buscar apoio psicológico
Diálogos profundos e aparentemente empáticos com chatbots têm levado cada vez mais brasileiros a tratar inteligências artificiais como o ChatGPT como “terapeutas digitais”. Um levantamento da Harvard Business Review aponta que a busca por aconselhamento emocional é um dos principais usos de IAs em 2025. O Conselho Federal de Psicologia (CFP), no entanto, alerta para os riscos: como essas ferramentas não foram projetadas para saúde mental, podem dar conselhos inadequados ou até perigosos em crises. Um grupo de trabalho foi criado para discutir regulamentações e orientar a população.
Embora algumas IAs especializadas – como um chatbot do sistema de saúde britânico – tenham aumentado a procura por ajuda profissional, especialistas destacam que plataformas genéricas tendem a apenas “agradar” o usuário, reforçando comportamentos prejudiciais. Outra preocupação é a privacidade: dados sensíveis compartilhados em conversas podem ser armazenados ou vazados. “A máquina simula empatia, mas não substitui o filtro ético de um profissional”, afirma Maria Carolina Roseiro, conselheira do CFP.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil