Estudo apoiado pelo Ministério da Igualdade Racial revela que mulheres negras são as mais afetadas por múltiplas formas de preconceito
Uma pesquisa apoiada pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) revelou que 84% das pessoas pretas no Brasil já sofreram discriminação racial, com situações que vão desde tratamento desrespeitoso até perseguição em estabelecimentos comerciais. O estudo, realizado pela Vital Strategies Brasil e Umane em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ouviu 2.458 pessoas e mostrou que mais da metade da população preta (51,2%) afirma ser tratada com menos gentileza que pessoas brancas. Entre as mulheres pretas, o cenário é ainda mais grave: 72% relataram ter enfrentado mais de um tipo de preconceito.
Além da cor da pele, os entrevistados citaram discriminação por orientação sexual, renda e religião. O diretor da Vital Strategies Brasil, Pedro de Paula, destacou que os dados reforçam a “brutal desigualdade racial” no país, com impactos diretos na saúde mental, acesso a serviços e oportunidades de emprego. O estudo servirá como base para políticas públicas, especialmente na área da saúde, onde mulheres negras, por exemplo, enfrentam maiores taxas de violência obstétrica e menor acesso a medicamentos. A pesquisa também chama atenção para a necessidade de ações intersetoriais no combate ao racismo estrutural.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
