Estudo publicado na Nature identifica possível ancestral direto dos dinossauros em espécie de 237 milhões de anos descoberta no RS
Pesquisadores brasileiros e argentinos anunciaram nesta sexta-feira (30) na revista Scientific Reports (Nature) a descoberta de um fóssil que pode reescrever a história evolutiva dos dinossauros. Encontrado em Santa Cruz do Sul (RS) e guardado por décadas na UFRGS, o material pertencente à nova espécie Itaguyra occulta (“ave de pedra oculta” em tupi) data de 237 milhões de anos – período crucial pós-extinção em massa do Permiano. A análise de dois ossos pélvicos sugere que os silessauros, grupo ao qual pertence o fóssil, não seriam apenas parentes próximos, mas os primeiros dinossauros ornitísquios.
O estudo, liderado pelo Museu Nacional/UFRJ, indica que o sul do Brasil foi um importante centro de diversificação desses répteis pré-históricos. “Se confirmada, nossa hipótese coloca o Itaguyra entre os dinossauros mais antigos já descobertos”, explica o paleontólogo Voltaire Paes Neto. A pesquisa preenche uma lacuna crítica no registro fóssil e reforça o papel da América do Sul na compreensão da evolução desses animais, que dominariam a Terra milhões de anos depois da Grande Extinção que eliminou 95% das espécies marinhas.
Foto: Janaína Brand Dillmann