Desvalorização do real, custos em dólar e falta de apoio pós-pandemia pressionam as principais companhias aéreas do país
A Azul tornou-se a última das três grandes companhias aéreas brasileiras a entrar com pedido de recuperação judicial nos EUA nesta quarta-feira (28), seguindo os passos da Gol (2024) e da Latam (2020). O movimento revela uma crise estrutural no setor, agravada pela desvalorização do real, custos operacionais em dólar (como leasing de aeronaves e querosene) e a falta de apoio governamental pós-pandemia. Enquanto a Azul busca reduzir US$ 2 bilhões em dívidas, especialistas apontam que o modelo atual é insustentável sem reformas profundas.
Além dos desafios macroeconômicos, o setor sofre com alta carga tributária, infraestrutura aérea defasada e a concorrência por preços baixos. “O Brasil onera o combustível mais caro do mundo e tem um sistema tributário caótico”, critica o consultor Gianfranco Beting. Para Marcus Quintella (FGV), a recuperação judicial é uma saída viável, como comprovado pela Latam, que já saiu do processo. Mas sem um planejamento de longo prazo para melhorar a conectividade regional e reduzir custos, as companhias continuarão vulneráveis.
(Com informações do g1)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil