Juros de R$ 70,3 bilhões pressionam endividamento, mas reserva financeira do Tesouro atinge maior nível em 9 meses
A Dívida Pública Federal (DPF) atingiu um novo recorde histórico em abril, alcançando R$ 7,617 trilhões, um aumento de 1,44% em relação a março. Segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quarta-feira (28), a alta foi impulsionada pela incorporação de R$ 70,3 bilhões em juros, reflexo da Taxa Selic mantida em 14,75% ao ano. A dívida interna em títulos (DPMFi) subiu 1,55%, chegando a R$ 7,31 trilhões, enquanto a dívida externa recuou 1,1%, para R$ 306,13 bilhões, beneficiada pela desvalorização do dólar.
Apesar do crescimento, o estoque da DPF permanece abaixo da projeção anual, que estima um fechamento entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões em 2025. O Tesouro também registrou recuperação no “colchão” de liquidez, que saltou de R$ 869 bilhões para R$ 904 bilhões – o maior patamar desde agosto de 2024 –, suficiente para cobrir 8,57 meses de vencimentos. A composição da dívida mostra aumento na participação de títulos atrelados à Selic (47,3%) e à inflação (28,46%), enquanto os prefixados caíram para 20,23%. Instituições financeiras seguem como maiores detentoras (30,5%), com estrangeiros respondendo por 9,7% do total.
Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo
