Foto: Divulgação
“Esse Rio é Minha Rua” destaca a importância da valorização dos povos ribeirinhos como guardiões da floresta.
A cultura ribeirinha está intimamente ligada ao modo de vida sustentável e à preservação da floresta amazônica. No entanto, essas tradições estão ameaçadas pela modernização e pela exploração predatória de recursos naturais.
Sob esta perspectiva, a diretora e roteirista do filme documentário “Esse Rio é Minha Rua”, Zena Gorayeb mergulha no cotidiano de uma família ribeirinha tradicional da Ilha das Onças (PA) e mostra como viver sustentavelmente em uma comunidade, sem energia elétrica e saneamento básico. A diretora comenta sobre como a valorização dos povos ribeirinhos contribui para a conservação da Amazônia.
Além de apresentar a vida em uma das áreas mais ricas e preservadas da Amazônia, “Esse Rio é Minha Rua” lança luz sobre a luta diária das populações ribeirinhas e a necessidade urgente de preservar o meio ambiente. Ao contar essa história, o filme busca inspirar reflexões sobre a convivência harmoniosa com a natureza e o papel vital que essas comunidades desempenham na manutenção dos ecossistemas florestais.
“O filme serve como uma ferramenta audiovisual para educar e sensibilizar o público sobre a importância das comunidades ribeirinhas e da conservação da floresta amazônica. Além de documentar e preservar a memória cultural, o conhecimento tradicional, a cultura e os modos de vida das comunidades ribeirinhas, garantindo que esses saberes ancestrais sejam registrados e transmitidos para as futuras gerações”, pontua Gorayeb.
A Casa Iguatu
A “Casa Iguatu”, antiga “Casa do Celso” está localizada na baía do Guajará no município de Barcarena (PA), no entanto, está ligada geograficamente e economicamente ao município de Belém (PA). De barco, saindo de alguns portos do centro da capital, a viagem pode durar em média de 20 a 30 minutos. A “Casa Iguatu” é ponto de parada de turistas e praticantes de esportes náuticos não-motorizados, como caiaque, sup e canoa havaiana que saem de Belém até a Ilha. Com agendamento prévio, o produtor de açaí e anfitrião Celso de Jesus, recebe grupos de remadores e visitantes com café da manhã ribeirinho e ainda oferece uma vivência de floresta e sustentabilidade pela casa.
A “Casa Iguatu” é uma casa tipicamente ribeirinha, um local turístico e preservado em plena Amazônia. A “Casa Iguatu” é de madeira, estilo palafita. O abastecimento de água é feito por um sistema de captação de água da chuva, os banheiros são ecológicos, a energia elétrica é garantida apenas por meio de placas solares, porém ainda de forma reduzida. Tanto no interior da casa quanto na varanda, o aconchego e o colorido se fazem presentes.
Felipe Marujos, criador de conteúdo e morador da casa traduz como está sendo esse reconhecimento por meio de uma obra audiovisual.
“Tempos atrás, não imaginávamos que a nossa casa seria alvo de visitação de pessoas que buscam um relacionamento com a floresta. Então, me sinto honrado de fazer essa ponte entre as pessoas e o turismo na Ilha das Onças. Eu entendo que esses projetos midiáticos, documentários, eles ajudam no fortalecimento da comunidade, fico muito feliz de receber essa proposta de contar um pouco do que a gente é, do que a gente vive e quais são os valores que a gente acredita”, destaca Felipe.
Pesquisa Científica e Turismo de Base Sustentável
A pesquisadora da Universidade Federal do Pará, Natália Costa, estuda Comunicação, Cultura e Socialidades na Amazônia. Em sua pesquisa, Natália discute sobre a Casa Iguatu como espaço de valorização e manifestação da cultura amazônica.
“Eu vejo a Casa Iguatu como uma referência de casa, não somente ribeirinha pelos costumes que se tem lá, mas pela visão que o núcleo familiar tem. O que me chamou atenção na Casa, era que que a Universidade Rural da Amazônia UFRA, desenvolvia projetos de tecnologia sustentável, além disso; é um projeto visionário e que serve de referência para outros lugares nas ilhas”, destaca Natália.
Além de ajudar a preservar e difundir as tradições amazônicas, fortalecendo a identidade cultural das populações ribeirinhas e mostrando ao mundo o valor de seus conhecimentos ancestrais, o filme “Esse Rio é Minha Rua” chega em um momento em que o mundo volta o olhar para a Amazônia e suas populações, e no caso, sendo Belém, como palco mundial das discussões climáticas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP 30, em novembro de 2025.
“Além de retratar os conhecimentos científicos aplicados por educadores e ambientalistas sobre a utilização dos diversos recursos naturais renováveis que contribuem com a conservação dos ecossistemas, também vamos destacar o turismo ecológico que é muito presente na Ilha das Onças. As belezas naturais da floresta amazônica, o artesanato, a culinária regional e o extrativismo em abundância como a principal fonte de renda dos ribeirinhos” contextualiza Zena.
Gorayeb ressalta que a obra, além de celebrar as tradições e os saberes ancestrais, traduzidos em uma conexão profunda entre o ser humano e a natureza, Esse Rio é Minha Rua, imprime uma estética que valoriza a imensidão da floresta e a serenidade das águas amazônicas. “O filme é uma verdadeira homenagem ao espírito de resiliência dos povos ribeirinhos e vai além de uma simples história de sobrevivência: é uma declaração de amor à Amazônia e um chamado à ação para a conservação ambiental”, expressa.
Em fase de conclusão este projeto está com pesquisa e roteiro prontos, o filme documentário “Esse Rio é Minha Rua” foi contemplado no edital EDITAL 007/2023 FOMENTO AO AUDIOVISUAL da LEI PAULO GUSTAVO, na categoria DESENVOLVIMENTO DE LONGA – METRAGEM DOCUMENTÁRIO, realizado pela Fundação Cultural do Município de Belém FUMBEL, Prefeitura Municipal de Belém, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura MINC e com apoio da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa FADESP.
Serviço:
Filme: “Esse Rio é Minha Rua”
Previsão de Lançamento: 2025
Ficha Técnica:
Direção: Zena Gorayeb
Roteiro: Zena Gorayeb e Robson Fonseca
Direção de Fotografia: Robson Fonseca
Produção: Gustavo Vidal
Edição: Robson Fonseca
Fotografia: Murilo Paiva
Trilha Sonora: Bernardo Onça
Assessoria de Imprensa: Ruy Montalvão
Educadora Ambiental: Samantha Chaar
Assessoria de Imprensa: Ruy Montalvão