Artista paraense, criador do Búfalo-Bumbá, foi homenageado em cerimônia no Rio com presença do presidente Lula e da ministra Margareth Menezes
O músico e poeta Mestre Damasceno, ícone da cultura tradicional do arquipélago do Marajó, recebeu nesta terça-feira (20) a Ordem do Mérito Cultural (OMC), maior condecoração pública do Ministério da Cultura, em cerimônia no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Aos 72 anos, o artista — que perdeu a visão aos 19 em um acidente e se reinventou através da arte — foi reconhecido por sua trajetória de 50 anos dedicados ao carimbó, às toadas marajoaras e à criação do Búfalo-Bumbá, manifestação que funde teatro popular, cultura quilombola e elementos da Amazônia. “Trago comigo o legado dos meus ancestrais. Esta honra é fruto de uma vida de trabalho”, declarou.
Com 400 composições autorais e seis álbuns gravados, Damasceno é responsável por projetos como o Festival de Boi-Bumbá de Salvaterra (2023) e o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara. Sua história será retratada em documentário dirigido por Guto Nunes, com previsão de lançamento em julho. A homenagem ocorre no ano em que o Ministério da Cultura completa 40 anos, celebrando personalidades que fortalecem a diversidade brasileira. “Damasceno é a expressão viva da resistência cultural amazônica”, destacou Bruno Chagas, secretário de Cultura do Pará em exercício. O mestre também será celebrado na 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro, em agosto.
