Série “Adolescência” reacende debate sobre bullying e ciberbullying e reforça o papel da família no enfrentamento ao problema

Série “Adolescência” reacende debate sobre bullying e ciberbullying e reforça o papel da família no enfrentamento ao problema

Foto: Divulgação

Desde sua estreia, a minissérie “Adolescência” vem ganhando destaque na Netflix e provocando reflexões importantes sobre bullying, ciberbullying e o impacto da violência emocional no ambiente escolar. Criada por Jack Thorne e Stephen Graham, a produção retrata a vida de uma família abalada após o filho de 13 anos ser acusado de assassinato, levantando discussões profundas sobre saúde mental, exclusão social e a influência das redes sociais na vida de crianças e adolescentes.

Para Caroline Aguiar, coordenadora pedagógica da Escola Canadense de Belém, o debate levantado pela série é necessário e urgente – especialmente quando se pensa no papel da família e da escola como frentes complementares na formação dos alunos.

“Garantir um ambiente seguro, acolhedor e baseado no respeito mútuo melhora a vida dos estudantes, além de impactar diretamente no seu desempenho acadêmico e bem-estar emocional e social. Mas isso só é possível quando família e escola atuam juntas”, afirma Caroline.

Segundo a pedagoga, um dos pontos abordados pela série é a importância de as famílias estarem próximas e atentas ao que seus filhos estão vivendo, dentro e fora da escola. “Nem sempre é fácil identificar sinais de bullying, mas pequenos comportamentos como mudanças de humor, isolamento ou queda no rendimento escolar podem ser indicativos de que algo não vai bem. Por isso, o diálogo constante, a escuta ativa e o envolvimento no dia a dia escolar fazem toda a diferença”, destaca.

Na Escola Canadense de Belém, o trabalho de prevenção ao bullying começa desde a educação infantil e envolve tanto os alunos quanto os pais e a equipe escolar. Palestras, rodas de conversa, oficinas e projetos com psicólogos, pedagogos e especialistas são realizados ao longo do ano com o objetivo de promover o respeito, a empatia e a convivência saudável.

“Tudo é feito de forma lúdica e acessível para que as crianças compreendam, desde cedo, a importância de respeitar o outro. Ensinamos o que é empatia na prática, dentro e fora da sala de aula”, destaca Caroline.

Além do trabalho direto com os estudantes, a escola investe fortemente na formação continuada de professores e funcionários, capacitando a equipe para identificar sinais de bullying e agir de forma rápida e eficaz.

Outro pilar da escola é oportunizar um acompanhamento socioemocional efetivo e acessível aos alunos.

Famílias envolvidas fazem a diferença

Mais do que comunicar, a escola busca envolver os pais e responsáveis no processo de formação social dos filhos. Reuniões, encontros temáticos e atividades em conjunto ajudam a fortalecer o elo entre casa e escola. “Quando a família participa ativamente, cria-se um ambiente de escuta, acolhimento e confiança. Isso ajuda não só a prevenir o bullying, mas a formar cidadãos mais conscientes e respeitosos”, explica Caroline.

A coordenadora reforça que educar é uma tarefa coletiva e que o combate ao bullying exige um trabalho constante, integrado e sensível. “A escola tem um papel essencial, mas não está sozinha. A família é parte fundamental dessa rede de proteção e desenvolvimento das crianças. Quando caminhamos lado a lado, conseguimos construir ambientes mais saudáveis e formar alunos preparados para conviver, aprender e respeitar o outro. é como diz um provérbio africano ‘É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.’”

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