Foto: Beatriz Santos/Ascom OS Pará 2000
A equipe técnica do Mangal das Garças, em Belém, recorreu a um curioso artifício para estimular a reprodução de flamingos no Parque: espelhos. Fixados às margens do Lago Cavername, os espelhos criam a ilusão de um bando maior, o que incentiva a procriação, já que no habitat natural estas aves necessitam de um número aproximado de 30 indivíduos para sentirem segurança em começar a acasalar, construir ninhos e a fazer a postura dos ovos.
Entre os diversos trabalhos realizados no Parque Zoobotânico Mangal das Garças relacionados à reabilitação e bem-estar animal, estão as ações de incentivo à reprodução. Com o intuito de aumentar o grupo de flamingos do Parque, que atualmente conta com exemplares de duas espécies, a equipe técnica do Mangal adota algumas medidas como o oferecimento de rações mais proteícas e a construção de ninhos de lama que imitam os encontrados na natureza. Mais recentemente, uma nova técnica foi realizada com a instalação de espelhos no recinto dessas aves, o que tem despertado a curiosidade dos visitantes.
“A estratégia é simples, simular a percepção de que há duplicação da quantidade de indivíduos, e já que temos 17 animais, o grupo entenderá que há 34, provocando uma sensação de segurança e proteção da futura prole. Desse modo, iremos estimular o acasalamento e o crescimento do número de flamingos no Parque. A mesma técnica já foi aplicada em diversos zoológicos do Brasil e obteve bastante sucesso, então esperamos também um ótimo resultado para esta temporada reprodutiva que iniciou em setembro e vai até março de 2025”, explica Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal.
Curiosidades: Existem seis espécies de flamingos, aves pertencem à família Phoenicopteridae e que naturalmente vivem em bandos bastante numerosos. Há registros de grupos compostos de um milhão de indivíduos. Viver em grandes populações garante um maior conforto para essas espécies, principalmente em se tratando de proteção contra predadores.
Para a reprodução, esses animais têm a necessidade de passar por diversos ritos de acasalamento. Os machos realizam “coreografias” e as fêmeas escolhem os que possuem as melhores qualidades, tanto físicas como de plumagem, por meio da avaliação das cores mais vibrantes, das penas inteiras e organizadas, ausência de parasitos, bicos limpos, entre outros atributos, mas há também as características de desenvoltura na dança do acasalamento, vocalização e indícios de que o macho será um bom provedor da prole.
“Essa também é uma técnica de enriquecimento ambiental, na qual buscamos estimular os comportamentos e as habilidades naturais dos animais, criando ambientes parecidos com o habitat natural deles. Desse modo, garantimos, além da reprodução, o bem-estar dessas aves”, finaliza Basílio Guerreiro.
O Mangal das Garças é administrado pela Organização Social Pará 2000, sendo um espaço de conservação do meio ambiente, com uma diversificada fauna e flora. O Parque funciona de terça a domingo, com entrada gratuita.
Texto: Beatriz Santos/Ascom OS Pará 2000