Trabalho remoto global enfrenta crise de precariedade, aponta pesquisa internacional

Trabalho remoto global enfrenta crise de precariedade, aponta pesquisa internacional

Estudo da Universidade de Oxford revela que 60% dos trabalhadores em plataformas digitais dependem exclusivamente dessa renda, mas enfrentam salários abaixo do mínimo e falta de proteção social

Uma pesquisa global coordenada pela Universidade de Oxford e pelo instituto WZB Berlin expôs as condições alarmantes do trabalho remoto em plataformas digitais. O relatório Fairwork Cloudwork Ratings 2025, que avaliou 16 empresas internacionais, mostrou que seis em cada dez trabalhadores dependem dessas plataformas como principal fonte de renda, mas enfrentam atrasos salariais, pagamentos inferiores ao mínimo legal e exposição a conteúdos traumáticos sem suporte psicológico. No Brasil, onde o fenômeno cresce, o MPT já recebe denúncias sistemáticas de violações trabalhistas nesse setor que movimentou US$ 557 bilhões em 2024.

Entre os casos mais graves estão plataformas como Amazon Mechanical Turk e Freelancer, que receberam nota zero no estudo por condições laborais extremamente precárias. O pesquisador brasileiro Jonas Valente, coordenador do relatório, alerta para a urgência de regulação global: “Sem ação, milhões continuarão presos em trabalhos digitais inseguros”. No Brasil, o Procurador do Trabalho Rodrigo Castilho defende a aplicação imediata da CLT a esses trabalhadores, enquanto aguarda a votação do PL 12/24, que atualmente exclui a maioria das categorias de plataformas digitais. Apenas 3 das 16 empresas pesquisadas responderam às críticas, prometendo melhorias pontuais.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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