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Após intenso trabalho de controle realizado no ano passado pelas equipes da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), os municípios de Oriximiná e Terra Santa já não registram a presença da mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae) durante os monitoramentos realizados. Em 2023, foram encontrados exemplares da praga em frutos hospedeiros nos dois municípios e foi preciso intensificar as ações de contenção, pois o inseto é considerado uma das maiores ameaças à fruticultura nacional.
Conforme o Programa Estadual de Erradicação da Mosca (GPEMF), o inseto pode ter sido disseminado no oeste do Pará por meio da divisa com os estados onde a praga está presente. Mas a Agência ainda está realizando um trabalho de levantamento das rotas de risco para precisar se a entrada da praga se deu pelo trânsito de frutos hospedeiros, que é uma prática muito comum entre os moradores dessas regiões. Nos municípios de Oriximiná e Terra Santa, os técnicos observaram a existência de muitos quintais com árvores frutíferas, o que acaba se tornando um risco de disseminação da praga.
Para o êxito das ações, a ADEPARÁ reforçou a vigilância, realizando o monitoramento da mosca da carambola, instalação de mais armadilhas para captura do inseto e coleta de frutos. Realizou também atividades de educação fitossanitária nos portos, terminais, escolas, comércio e feiras, sensibilizando a população com informações sobre a praga. Além disso, intensificou o trabalho de fiscalização agropecuária para evitar o trânsito de frutos hospedeiros para municípios sem a presença do inseto.
A ADEPARÁ atua de forma permanente para o controle da praga no território paraense. O monitoramento do inseto é constante, explica o Fiscal Agropecuário e Gerente do Programa, Adalberto Tavares. Segundo ele, o sistema de vigilância, que utiliza armadilhas para a captura do inseto, foi extremamente eficaz. Esse sistema é usado nas três áreas em que o estado foi dividido: área sob quarentena, zona tampão e área sem detecção. Atualmente, a ADEPARA utiliza dois tipos de armadilhas para a captura da mosca da carambola no Estado. A Jackson que utiliza um feromônio sexual para atrair os machos da espécie e a MacPhil, que usa uma proteína que simula alimento para as moscas. No ano passado, as armadilhas instaladas em todo o Estado obtiveram avanços importantes, conforme o Plano de Trabalho elaborado.
“Nós instalamos mais de 2 mil armadilhas nos 144 municípios paraenses. A maior parte está localizada em municípios onde não existe a presença da praga, uma forma de manter o Estado monitorando a presença ou ausência da mosca da carambola, possibilitando uma ação rápida das nossas equipes, caso surja uma emergência fitossanitária”, disse o gerente.
O gerente aponta como um diferencial para o sucesso das ações, a atuação de supervisores do programa (engenheiros agrônomos da Agência de Defesa), que receberam capacitação para melhor desempenhar e orientar os técnicos que executam as atividades de campo.
O diretor Geral da ADEPARÁ, Jamir Macedo, ressalta que as ações de contenção para a eliminação do inseto foram iniciadas em menos de 12 horas a partir da notificação da detecção da praga, o que garantiu maior eficácia no resultado dos trabalhos executados pelos fiscais e agentes agropecuários.
“O trabalho ágil e eficiente do corpo técnico da ADEPARÁ, bem como a parceria com as prefeituras locais, evitou prejuízos para os cultivos agrícolas locais. A Agência de Defesa ressalta que as ações de combate ao inseto contribuem para manter a sanidade dos cultivos agrícolas no território paraense e o status sanitário do Pará, o que fortalece a nossa agricultura e preserva a nossa pauta de exportação de frutos”, disse o diretor.
Contribuição nacional – Houve uma consulta pública sobre Portaria do MAPA, que estabelece os procedimentos operacionais para as ações de vigilância, contenção, supressão e erradicação da praga quarentenária presente Bactrocera carambolae, em que a ADEPARÁ contribuíu com informações relevantes ao Programa.
Ameaça à fruticultura – A mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae) é identificada como praga quarentenária, isto é, de grande importância econômica para a área afetada. O inseto é considerado uma das maiores ameaças à fruticultura nacional. Seus hospedeiros preferenciais são mais de 30 tipos de frutas. A presença da mosca pode causar graves prejuízos à cadeia produtiva da fruticultura do Pará. Por isso, a Adepará atua em quatro frentes de trabalho: Contenção, Monitoramento, Educação Fitossanitária e Vigilância do Trânsito Agropecuário. Tudo para evitar a disseminação da praga da Área de Foco para Áreas indenes, que ocorre através do trânsito de frutos de espécies hospedeiras contaminadas, acarretando impactos econômicos e sociais.