Como as festas de fim de ano podem afetar o processamento sensorial de pessoas com TEA?

Como as festas de fim de ano podem afetar o processamento sensorial de pessoas com TEA?

Foto: Divulgação

Disfunções de Integração Sensorial (DIS) são umas das característica frequentes em pessoas com TEA, segundo especialista

As festas de fim de ano podem ser um desafio para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pois envolvem estímulos sensoriais intensos que podem causar sobrecarga e desconforto. As Disfunções de Integração Sensorial (DIS) são responsáveis por afetar a sensibilidade sensorial, amplificando sons, luzes, interações sociais e até mesmo as comidas típicas que fazem parte do contexto dessa época do ano. O DIS também pode ser utilizado como critério secundário para o diagnóstico do autismo.

Segundo o Terapeuta Ocupacional, Rafael Morais, as festas de final de ano podem afetar o processamento sensorial de pessoas com TEA através do excesso de estímulos visuais, auditivos, táteis, olfativos e proprioceptivos. “Luzes brilhantes, piscantes e outros efeitos luminosos podem ser ofuscantes e causar desconforto. Decorações coloridas e movimentadas podem causar sobrecarga visual. Música alta e barulhenta e estouros de fogos de artifício podem ser assustadores e causar dor de ouvido. Toques e abraços podem ser desconfortáveis para algumas pessoas com TEA, assim como texturas de decorações e presentes”, explica.

“Em relação à sobrecarga olfativa, os cheiros fortes de comidas, bebidas, de incenso ou velas, podem ser avassaladores, assim como
multidões e aglomerações que geram ansiedade em pessoas com TEA. A mudança de rotina típica desse período do ano podem ser difíceis de lidar também” acrescenta o especialista.

De acordo com Rafael, uma das estratégias a serem utilizadas é a preparação antecipada. “Explique os planos e o que esperar. Forneça também um espaço tranquilo e confortável para a pessoa se retirar se necessário. É essencial a utilização de equipamentos de proteção como protetores auriculares ou óculos de sol que podem ajudar a reduzir a sobrecarga sensorial.

Para o especialista, é importante lembrar que cada pessoa com TEA é única, e é importante adaptar essas estratégias às necessidades individuais. “Por isso respeite seus limites e necessidades. Procure manter a rotina habitual o máximo possível e busque conhecer o perfil sensorial, pois há associação direta entre o comportamento apresentado e a maneira como uma sensação é recebida do meio ambiente”, conclui Rafael.

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