Estudo revela que “bancada da bala” propõe muitos projetos, mas poucos sobre armas

Estudo revela que “bancada da bala” propõe muitos projetos, mas poucos sobre armas

Relatório aponta foco em endurecimento penal, pautas morais e uso político da insegurança pública

Um estudo do Instituto Fogo Cruzado divulgado neste domingo (25) revelou que a chamada “bancada da bala” tem alta produção legislativa no Congresso Nacional, mas apresenta poucos projetos diretamente relacionados a armas e munições. Dos 739 projetos de lei (PLs) apresentados entre 2023 e 2024 pelos 23 congressistas ligados ao grupo PROARMAS, apenas 52 tratam diretamente da pauta armamentista. A maioria das proposições tem como foco o endurecimento penal, temas conservadores e o uso de pautas sociais, como violência nas escolas, para defender a flexibilização do acesso às armas.

O relatório também aponta que a atuação parlamentar do grupo é mais simbólica do que legislativa. Apesar de apresentar 68% mais projetos que a média do Congresso, apenas quatro foram convertidos em lei — nenhum sobre armas. Segundo os pesquisadores, muitos projetos visam mobilizar eleitores e reforçar posicionamentos ideológicos, com propostas que restringem direitos e ampliam medidas punitivas. O grupo é majoritariamente masculino (87%), com 35% de seus integrantes oriundos das forças de segurança. A pesquisa destaca ainda a tendência de limitar a autonomia de profissionais da saúde e educação em favor de um discurso moralizante voltado para a base eleitoral.

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

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