Governo do Pará autoriza obras de reestruturação em 11 escolas para ampliar hospedagem na COP 30

Governo do Pará autoriza obras de reestruturação em 11 escolas para ampliar hospedagem na COP 30

Foto: Marco Santos / Ag. Pará

O governador do Pará, Helder Barbalho, assinou nesta terça-feira (09) a ordem de serviço para iniciar a reestruturação de 11 escolas estaduais que serão transformadas em alojamentos durante a Conferência das Partes das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro de 2025, em Belém.

“Esta é uma decisão estratégica de valorizar a educação, de reconstruir escolas e, a partir disso, garantir a solução de hospedagem para uma parte daqueles que estarão nos visitando durante a COP 30”, disse Helder Barbalho.

As obras vão adequar as escolas para funcionar no padrão de hostels, com novos banheiros e beliches, criando cerca de 5 mil leitos. O projeto envolve 17 escolas – quatro já estão em obras; 11 tiveram as ordens de serviço assinadas nesta terça-feira, e duas estão em processo de licitação.

“Nós estamos falando em reconstrução das salas de aula. Nós estamos falando em ar-condicionado em todas as salas, em tecnologia para os laboratórios de informática, para os laboratórios multifuncionais, em acessibilidade, para que possa ser uma escola inclusiva. Estamos falando em modernizar o ambiente, porque educação pressupõe qualidade pedagógica, mas é fundamental que se possa investir no ambiente”, ressaltou o governador.

As obras nas 17 escolas representam um investimento de R$ 68 milhões – média de R$ 4 milhões por unidade de ensino. “São escolas que receberão esta reforma muito importante, mas que também servirão de hospedagem para a COP. É um grande passo, tanto para a educação quanto para receber bem as pessoas neste evento de magnitude mundial. Este legado vai ficar não só para a cidade, mas para a população. Afinal, a gente está falando de educação de qualidade com mais estrutura”, reforçou o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares.

Hospedagem para todos – A utilização de escolas da rede pública estadual na COP é uma das estratégias do governo do Estado para suprir a demanda por leitos, e assim atender aos diferentes públicos que participarão do evento. A estimativa da organização da COP 30 é que Belém receba um número de visitantes compatível com o registrado na COP 28, em Dubai – aproximadamente 50 mil pessoas no dia do encontro dos chefes de estado, considerado o ponto alto da programação.

“Nós temos uma meta de reestruturação das escolas. E como elas faziam parte do ‘polígono da COP’, resolvemos aproveitar a reforma que já seria feita pela Secretaria de Educação e adaptá-las, no momento seguinte, para que se tornem também um meio de hospedagem, porque na COP vamos receber mais ou menos 50 mil visitantes, que vão desde presidentes dos mais de 140 países esperados até a sociedade civil, que muitas vezes quer participar. Temos de pensar em todos os tipos de público”, disse a vice-governadora e presidente do Comitê Estadual para a COP 30, Hana Ghassan.

Com o objetivo de oferecer acomodações a todos, Belém contará com a expansão da rede hoteleira, por meio de investimentos do Fundo Geral do Turismo ( Fungetur), do Ministério do Turismo. Os recursos serão liberados pelo Banco do Estado do Pará (Banpará). Outras estratégias são a ampliação da oferta de aluguéis de curta temporada, via aplicativos de hospedagem, e a utilização de navios de cruzeiro, que deverão ancorar no porto de Belém e funcionar como hotéis flutuantes.

De hotéis a navios – “Nós estamos sendo desafiados a receber o maior evento ambiental e diplomático do planeta. A COP significa trazer para a Amazônia o maior evento do mundo – só em chefes de estado, como presidentes da república, serão 140, e teremos cerca de 50 mil pessoas vindo para Belém e ficar nessas duas semanas da COP. Terão aqueles que ficarão em hotéis, aqueles que ficarão nos navios de cruzeiro. Nós já estamos fazendo a dragagem do leito do rio para poder ancorar os navios no porto de Belém. Estamos falando em aluguel temporário, as pessoas cadastrando seus imóveis para ganhar uma renda durante o período do evento. E uma das soluções está nas escolas, principalmente para um público jovem, acostumado com este tipo de hotelaria”, destacou o governador Helder Barbalho.

“Nós estamos trabalhando com investimentos que serão duradouros para antes e depois da COP. São mudanças que estamos sentindo na nossa cidade, com obras que são importantes para mudar a vida da população”, acrescentou Hana Ghassan.

“Sempre destacamos que não queremos um evento pelo evento. Ele deve deixar um legado para Belém, e por isso pensamos em soluções que possamos usufruir no dia seguinte. A solução das escolas foi consolidada por nós, conciliando as reformas e a hospedagem que irá acontecer aqui neste ambiente, com os alunos usufruindo de uma escola nova”, enfatizou o governador.

Apoio da comunidade acadêmica – As obras executadas pelo governo trarão um benefício duplo para o Estado: a garantia de oferta de leitos para a conferência climática e escolas reconstruídas e equipadas para alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública estadual de ensino.

Carmem Noronha, diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Graziela Moura Ribeiro, onde estudam 1.380 alunos, disse que toda a comunidade escolar está feliz com as obras, e também orgulhosa por ceder o espaço a um evento tão importante quanto a COP 30.

“A comunidade está extremamente agradecida, muito animada e feliz, porque nossa escola será um lugar que irá receber pessoas que virão para a COP 30. A gente sabe que a COP é um evento muito grande, muito importante, e que vai deixar uma herança para o Estado, e aqui na educação teremos escolas reformadas. Quando uma escola tem estrutura é mais fácil trabalhar e mais fácil para o aluno aprender”, disse a diretora.

A novidade também foi bem-recebida pelos alunos. “Já estava uma boa estrutura quando comecei a estudar aqui, mas quando chegaram os aparelhos de ar-condicionado refrescaram nossa mente na hora de estudar. A expectativa pra reforma é muito positiva”, afirmou Caroline Gomes, que cursa o 3º ano do ensino médio no “Graziela Moura Ribeiro”.

“Eu acredito que vai ser uma boa oportunidade para a escola, e para a nossa cidade também. A escola e a comunidade da Sacramenta (bairro de Belém) só têm a ganhar com isso”, garantiu Rosalva da Silva, mãe de Caroline.

Por Agência Pará

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