Margem Equatorial: A formação geológica de 130 milhões de anos que pode virar o novo pré-sal

Margem Equatorial: A formação geológica de 130 milhões de anos que pode virar o novo pré-sal

Separação de continentes criou condições para reservas de até 30 bilhões de barris no litoral norte brasileiro

A Margem Equatorial, faixa costeira entre o Amapá e o Rio Grande do Norte que hoje é alvo de disputa ambiental por projetos de petróleo, começou a se formar há 130 milhões de anos com a fragmentação do supercontinente Gondwana. Geólogos explicam que a lenta separação entre América do Sul e África criou mares interiores ricos em micro-organismos, cuja decomposição – sob alta pressão e temperatura – gerou as reservas que hoje podem ultrapassar 30 bilhões de barris, segundo a ANP. O processo, que levou 20 milhões de anos apenas na região equatorial, depositou camadas de sedimentos orgânicos que se transformaram em petróleo e ficaram armazenados em rochas porosas sob selos impermeáveis.

Diferentemente do senso comum, o petróleo não vem de dinossauros, mas principalmente de fitoplânctons e zooplânctons que proliferaram nos lagos formados durante a abertura do Atlântico Sul. As bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar concentram as principais formações geradoras, como Codó e Limoeiro (Aptiano) e Pendência (Berriasiano). Enquanto o Rio Amazonas – formado há apenas 10 milhões de anos – não participou da geração do óleo, seu acúmulo de sedimentos (até 9 km de espessura) ajudou a criar as condições ideais de pressão. Agora, o que a natureza levou eras para armazenar pode ser extraído em décadas: as reservas provadas da Petrobras têm vida útil estimada em apenas 13 anos.

Foto: Arte Petrobras/Divulgação

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