Show nostálgico de Manoel Cordeiro sacode o Psica com “MPB feita na Amazônia”

Show nostálgico de Manoel Cordeiro sacode o Psica com "MPB feita na Amazônia"

Foto: Irlan Paixão

Manoel Cordeiro fez um show eletrizante de guitarrada e brega na noite de encerramento do Festival Psica, no estádio do Mangueirão, neste domingo, dia 15. Manoel estreou o novo show do seu manifesto “MPB feita na Amazônia” com as participações especiais de Aninha Odalisca, Felipe Cordeiro, Nelsinho Rodrigues e Nayara Guedes.

O guitarrista, compositor e produtor cultural abriu o show com a leitura do seu manifesto “MPB feita na Amazônia”: “Nossa música precisa ser ouvida e entendida por seu valor único, carregando a alma da floresta e das águas, das lendas e das lutas do povo amazônico. Precisamos nos reconhecer bela, despertar a nossa autoestima e cultivar o orgulho de sermos da Amazônia”, diz trecho do manifesto. “A nossa música não é exótica. Ela é da melhor qualidade”, acrescentou o artista no palco, arrancando aplausos e gritos da plateia.

O manifesto marca a contagem regressiva para os 70 anos de vida do mestre da guitarrada a ser comemorados em novembro de 2025, período da COP 30. Já são 50 anos de carreira de um astro especializado na diversidade de ritmos amazônicos, que já produziu cerca de 1 mil álbuns ao longo da trajetória para vários artistas, incluindo “Do tamanho certo para o meu sorriso”, de Fafá de Belém, vencedor do Prêmio da Música Brasileira, em 2016, e “No embalo do Pinduca”, indicado ao Grammy Latino em 2017.

O show “MPB feito na Amazônia” foi pura nostalgia com guitarrada solo e em dueto com o filho do mestre, Felipe Cordeiro, e sucessos da banda Warilou, criada por Manoel em 1990, como “Volare”. O público cantou junto os clássicos “Voltarei”, de Nelsinho, e “Odalisca”, de Aninha, além do hit “Legal e ilegal”, de Felipe. Já Nayara, cantou “Luz do Mundo” ao lado de Felipe, sucesso do Warilou composto por Manoel Cordeiro e Roneri.

Manoel Cordeiro sacudiu o Mangueirão mostrando muito gás na performance de palco e no repertório dançante.

Íntegra do manifesto lido por Manoel Cordeiro, no Festival Psica:

Discutir. Cristalizar. Reconhecer.

Este manifesto nasce da vontade urgente de discutir e cristalizar um entendimento coletivo sobre as vastas potencialidades culturais da Amazônia. Uma potência que é capaz de gerar desenvolvimento, criar empregos, e promover renda, revelando o poder transformador da arte amazônica como um vetor para o crescimento e a dignidade de seu povo.

Vertentes de um mesmo rio
As diversas vertentes artísticas que brotam como afluentes desse imenso rio cultural sustentam o argumento de que há uma música vibrante, autêntica e potente na Amazônia. Nossa música precisa ser ouvida e entendida por seu valor único, carregando a alma da floresta e das águas, das lendas e das lutas do povo amazônico. Precisamos nos reconhecer nela, despertar nossa autoestima e cultivar o orgulho de sermos da Amazônia.

Afirmação e protagonismo
A partir desse fortalecimento, alcançamos um estado de espírito capaz de nos afirmar como protagonistas da nossa própria história. Este é o grito que ecoa dos sons da floresta e dos tambores: somos autores, herdeiros e guardiões de uma cultura que transcende o tempo e precisa ser respeitada pelo mundo.

A união das artes
Sabemos que a força da MPB feita na Amazônia não nasce isolada. Ela brota do encontro e da colaboração com artistas de todas as artes – músicos, dançarinos, pintores, cineastas, escritores e todos os que buscam expressar o espírito amazônico. Juntos, firmamos o compromisso de difundir nossa arte, preservando e reinventando nossas raízes. Queremos que o Brasil e o mundo conheçam e celebrem essa MPB feita na Amazônia, pois nela vive a voz da nossa floresta, da nossa gente, e de um futuro que construímos coletivamente.

Que essa seja a trilha sonora de uma Amazônia que se orgulha de si e, ao som de sua própria música, desenha o seu caminho.

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