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Desenvolvendo tecnologias para microgeração de energia a partir de fontes renováveis como biogás, eólica e hidrocinética, a startup paraense DCO Sustentável criou uma hidroturbina de baixo custo que pode ser uma solução sustentável na geração de energia elétrica para produtores rurais e comunidades ribeirinhas da região amazônica.
“Este tipo de tecnologia não requer grande obra civil e queda d’água, apenas o escoamento de água, assim, minimiza os impactos socioambientais provocados por pequenas centrais hidroelétricas (PCH) e geradores a combustíveis fósseis, muito utilizados em comunidade isolada na Amazônia”, explica o engenheiro mecânico Davi Cavalcante, sócio fundador da startup.
Selecionada pelo programa Inova Amazônia 2024, há cinco anos a microempresa trabalha na viabilidade do modelo de negócios na Amazônia, com base no desenvolvimento de soluções energéticas sustentáveis que beneficiem comunidades locais. Neste sentido, a startup se propõe a oferecer soluções de baixo custo para produtores rurais e populações ribeirinhas, principalmente aquelas com dificuldade de acesso à energia elétrica.
Entre as tecnologias desenvolvidas pela DCO Sustentável, está a hidroturbina capaz de operar em rios e igarapés com baixa correnteza para gerar energia elétrica, de maneira limpa e confiável, por meio da energia hidrocinética. O projeto está em fase de desenvolvimento pela startup.
De forma prática, a hidroturbina funciona da seguinte maneira: a baixa correnteza do igarapé movimenta o motor da turbina, que rotaciona o gerador elétrico, fornecendo energia de até 300 kWh/mês para a propriedade rural. Durante os testes, o aparelho foi capaz de gerar energia suficiente para ligar um freezer, uma máquina de açaí, uma bomba d’água, uma tv, e dois ventiladores, atendendo, assim, a demanda de consumo de uma família rural.
“Estamos trabalhando para tornar a hidroturbina DCO tão simples e fácil para o usuário final operar quanto qualquer produto que utiliza em seu dia a dia. Deste modo, ele contempla ações que envolvem a comunidade local no processo de instalação, operação e manutenção da tecnologia após mobilização e qualificação dos atores sociais. Nossa tecnologia tem potencial para reduzir custos de implementação e acelerar o processo de universalização da energia elétrica na Amazônia Legal”, completa o engenheiro, ressaltando que mais de um milhão de pessoas ainda vive sem energia elétrica na Amazônia e que a invenção seria uma saída viável.
No momento, a startup trabalha para desenvolver o projeto, por meio de grandes financiadores. “Estamos preparando a DCO para tomar crédito junto à Finep ou Basa para estruturar nossa fábrica piloto. As taxas de juros dos programas subsidiados pelo governo federal e bancos internacionais, aliadas às projeções de vendas da empresa nos dão a tranquilidade necessária para buscar financiamento de longo prazo”, explica ele.
Inova Amazônia
O Inova Amazônia é um programa de aceleração do desenvolvimento sustentável, que busca fortalecer a bioeconomia na Amazônia e fomentar o crescimento econômico e social por meio da inovação, aliada à conservação ambiental.
O programa é voltado a startups e empreendedores com uma ideia inovadora e que estão em busca de mais conhecimento e incentivo financeiro para implementar seu projeto de bioeconomia. Por meio da iniciativa, os empreendedores concorreram a mentorias e a uma bolsa de até R$ 39 mil para desenvolver todo o potencial inovador.
“O Inova Amazônia foi uma grande oportunidade para validar nosso modelo de negócios e nossas estratégias de operação e de entrada no mercado. Durante as seções de mentoria pudemos apresentar as estratégias traçadas os avanços a partir delas e os desafios para implementá-las. Recebemos orientações valiosas dos mentores e incorporamos em nosso negócio”, finaliza Davi.
Por Agência Sebrae de Notícias