Você já ouviu falar em alergias emocionais?

Você já ouviu falar em alergias emocionais?

Foto: freepik

Especialista explica como ela se manifesta e a relação com a saúde mental

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 30% da população sofre com algum tipo de alergia. Mas além das alergias comuns como as respiratórias, dermatológicas e alimentares, há também as alergias emocionais, que se manifestam através das nossas emoções e de como lidamos com elas.

Às vésperas de seu casamento, a especialista em marketing, Nathalia Mendes, notou uma macha em seu pescoço. Após ir a três diferentes dermatologistas e tomar várias medicações, a profissional não sabia mais o que fazer. “A mancha não coçava, mas também não sumia. Até que, quando fui visitar uma das clientes que atendo, que inclusive é psiquiatra, ela me disse que se tratava de algo emocional devido ao casamento que estava se aproximando. Ela me passou uma medicação e um dia depois a mancha havia sumido”, conta Nathalia.

O nosso organismo está intimamente ligado às nossas emoções e sentimentos. Dependendo do nosso estado emocional, como estresse, ansiedade e desânimo, o nosso corpo poderá reagir de uma forma exacerbada, como uma reposta imunológica, e desenvolver alergias emocionais, levando a alterações respiratórias, dérmicas e até mesmo neurológicas.

De acordo com a psiquiatra Daniele Boulhosa, nem todas as pessoas estressadas ou ansiosas irão desenvolver uma alergia emocional. “Algumas pessoas tem mais suscetibilidade devido a fatores genéticos, até porque as alergias de modo geral tem origem multifatorial. De qualquer forma é preciso estar atendo aos cuidados com a saúde mental, pois a catecolaminas liberadas em períodos de estresse estimulam a produção de cortisol e pode piorar processos inflamatórios, o que pode piorar os sintomas das alergias emocionais”, explica a especialista.

Ainda segundo Daniele, existem vários tipos de alergias emocionais. “Podemos destacar as respiratórias, que provocam coceira e irritação nasal, além de desconfortos na garganta e falta de ar, e as alergias emocionais dermatológicas, cujos sintomas são: urticária, coceira intensa, manchas vermelhas e inchaço na pele ou lábios. Outras manifestações podem ser constatadas através da sudorese excessiva e a insônia”, destaca.

Para a especialista, as alergias emocionais causam prejuízos na qualidade de vida das pessoas. “Isso é mais evidente quando a pessoa vive uma rotina em que é submetida a situações de estresse, onde as emoções ficam afloradas constantemente. Pois isso é importante cuidar da saúde mental para manter o organismo em equilíbrio, e adotar medidas preventivas que irão proporcionar maior bem-estar, como uma alimentação equilibrada e atividade física”, esclarece a médica.

As alergias emocionais podem ser tratadas de acordo com suas manifestações no organismo, e com a ajuda de diferentes especialistas, porém, é preciso trabalhar a causa do problema. “Os medicamentos, por exemplo ajudam a controlar os sintomas, mas sem tratar a raiz do problema essas manifestações ocorrerão com frequência. É preciso compreender o que está causando aquela alergia. Por isso a terapia é essencial para que possamos alcançar mais autoconhecimento e saber lidar com as situações que nos abalam emocionalmente”, finaliza Daniele.

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