Volta às aulas de crianças e adolescentes com transtorno de desenvolvimento: o desafio de retornar para o ambiente escolar

Volta às aulas de crianças e adolescentes com transtorno de desenvolvimento: o desafio de retornar para o ambiente escolar

Foto: Divulgação

Terapeuta Ocupacional orienta que a preparação deve envolver o âmbito social, emocional e pedagógico

A preparação para a volta às aulas de crianças e adolescentes com transtorno de desenvolvimento pode ser bastante desafiadora para pais e cuidadores, devido às alterações cognitivas e motoras, o que requer uma atenção especial tanto por parte da família quanto para os professores. A rotina das férias propicia um ambiente diferente do habitual, permitindo acordar mais tarde, ter mais tempo livre e atividades de lazer. Nesse contexto, a retomada à vida escolar exige um processo de transição.

Para o Terapeuta Ocupacional especialista em desenvolvimento infantil, Rafael Morais, o apoio conjunto da família e educadores é essencial para que as crianças e adolescentes possam gerenciar suas emoções e se adaptar à nova rotina. “Geralmente essas crianças e adolescentes ficam muito ansiosos e muitas vezes é necessário adaptações no ambiente escolar, levando em conta também que eles tem uma demanda muito grande por rotina e previsibilidade, o que dificulta a concentração e aprendizagem”, explica.

Volta às aulas de crianças e adolescentes com transtorno de desenvolvimento: o desafio de retornar para o ambiente escolar

Ainda de acordo com Rafael, crianças e adolescentes que apresentam transtorno de desenvolvimento infantil possuem “rigidez cognitiva”. “Ou seja, é uma dificuldade que eles tem em relação ao aprendizado devido à sua condição, por isso requer um cuidado especial em relação ao processo de transição, que é obrigatório. Anteriormente estavam habituados a uma rotina mais leve, então se torna um momento difícil e complicado. O ideal é utilizar estratégias que facilitem todo o processo”, ressalta.

Uma dessas estratégias é o diálogo. “Esse diálogo precisa acontecer de forma antecipatória, não na véspera, mas pelo menos uma semana antes. Converse com seu filho, vá preparando-o em relação ao início das aulas e inseri-lo nessa rotina de transição. Outra ideia é inclui-los na organização do material escolar, levando-os até mesmo a comprar esses itens para que eles venham se habituar da melhor forma”, orienta Rafael.

Segundo o especialista, a paciência é o melhor elemento do processo de transição. “A criança e o adolescente tem seu próprio ritmo de entendimento, que é totalmente diferente dos pais e cuidadores, e isso requer paciência. O que importa é que essa inserção ao ambiente escolar seja priorizada, pois a escola como um tempo é essencial para o desenvolvimento infantil devido aos aspectos sociais, emocionais e pedagógicos”, conclui o terapeuta.

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