A situação de escassez hídrica na bacia do rio Tapajós, no Pará, foi declarada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), na segunda-feira, 23. O anúncio foi aprovado em reunião da diretoria da ANA.
O ato é válido para o trecho do baixo Tapajós, entre Itaituba e Santarém, até 30 de novembro. Com essa medida, a ANA pode estabelecer regras especiais para o uso da água e monitorar sua aplicação. Em Itaituba, o nível do rio atingiu 1,72 metro em 11 de setembro, o mais baixo já registrado para esta data.
Além disso, de outubro de 2023 a agosto de 2024, as chuvas na região foram 26% inferiores à média histórica, e a situação deve se agravar em setembro e outubro. A bacia do Tapajós, que abastece 1,7 milhão de pessoas e possui 300 km de hidrovia, é crucial para a movimentação de quase 15 milhões de toneladas anuais.
Ela abriga também quatro hidrelétricas, com 3.257 megawatts (MW) de potência instalada, representando cerca de 3% da energia nacional. A declaração de escassez é um alerta para os setores que utilizam a bacia, como navegação, geração de energia e abastecimento, sobre a necessidade de acionar planos de contingência.
Além disso, facilita a declaração de calamidade ou emergência por seca em municípios e estados afetados, em colaboração com o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. Essa é a terceira bacia a ter a escassez hídrica formalmente reconhecida pela ANA, juntando-se às do Alto Paraguai e dos rios Madeira e Purus.
Com informações do Estado do Pará Online
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